Não se censure o estilo veemente em que foram escritos. Pode-se afinal contemplar com serenidade o processo histórico da escravidão no Brasil? Não há de certo mal nisso: o importante é que haja uma base histórica, e disso o autor está seguro, salvo melhor juízo. O estilo universitário, apenas por si, tampouco oferece garantias de historicidade, como infelizmente pensam muitos.
A premissa metodológica, em que se baseiam estes ensaios, é a da importância crucial da escravatura na formação histórica do Brasil; nunca será demasiado insistir sobre esta importância.
Nada menos de quatro quintas partes da história brasileira se desenvolveram sob o signo da escravatura como forma de propriedade e produção. Em nenhum outro país do Novo Mundo teve a instituição vida tão longa. Implantada logo no início da colonização, apenas foi suprimida formalmente nos fins do século XIX. Nos tempos modernos, o Brasil se singularizou como o último país do mundo a aboli-la. Em quase todo o Novo Mundo, a independência nacional mais ou menos se fez acompanhar da abolição. As exceções foram o Brasil e os Estados Unidos, porém houve uma diferença importante.
Nos Estados Unidos a escravidão apenas perdurou em algumas regiões e, no momento da Independência, os escravos não chegavam a perfazer 10% da população. No Brasil, enquanto isso, depois da Independência a escravidão continuou abrangendo a totalidade do território e cerca de metade da sua população ainda se compôs de escravos. Portanto, dado que os escravos estavam excluídos da nacionalidade, o Brasil independente se caracterizou como uma nação inconclusa.
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FONTE:LUCIMAR MENDEL
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